Sunday, December 24, 2006

Funeral sem benção

O funeral do homem que lutou pela morte ultrapassou a esfera familiar.

Mil e quinhentas pessoas encheram as ruas de Roma, Itália, para acompanhar o funeral do italiano Piergiorgio Welby que há anos reclamava o direito à eutanásia. A Igreja Católica recusou celebrar as cerimónias fúnebres.

O padre da paróquia de Piergiorgio welby foi impedido de realizar a cerimónia relegiosa pela hierarquia católica.

Indignadas com a posição da Igreja, milhares de pessoas quiseram manifestaram-se solidárais com a opção do sexagenário e da sua família.

Piergiorgio Welby, com 60 anos, sofria de distrofia muscular desde a adolescência. Há anos que estava preso a uma cama devido à crescente paralisia dos músculos.

Em Setembro, enviou uma carta ao Presidente italiano, depois recorreu aos tribunais. Queria que lhe desligassem o ventilador. A recusa do juíz foi conhecida sábado.

A batalha de Piergiorgio Welby não foi ganha nos tribunais mas sim graças a um médico que o ajudou a morrer. Um "cocktail" de medicamentos permitiu a Welby falecer em casa, rodeado de familiares e amigos.

O médico já se mostrou disponível para uma audiência com um magistrado. Apesar de correr o risco de ser condenado a 15 anos de prisão. Acredita que não violou a lei.

A igreja tem uma leitura bem definida destes casos. Contra a eutanásia, defende os tratamentos paliativos.
in sic

quem não tem familiares em situações de manutenção de vida assistida de máquinas, não percebe o desespero e o desgaste psicológico e emocional que o mesmo e a família passa.

Não se prolonga a vida destas pessoas. Prolonga-se a agonia e a dor. Prolonga-se uma luta contra uma morte horrível porque até que ela chegar, inúmeras infecções e problemas irão aparecer. A sanidade perde-se e a loucura invade nos. A morte espreita, anseia-se mas não aparece.

Nestes casos não faz a sociedade um homícidio a longo prazo?

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